quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Consciente Consciência

#DaIdeiaAmaral


Para construir um prédio é preciso primeiro, a ideia, o desejo de ver algo rasgando o ar e que mudará o ambiente pensado. Depois a escolha do lugar. O local onde esse espigão vai alicerçar seus andares. Decidido isso vem o nanquim do arquiteto. A seguir a planta do engenheiro. Às mãos do mestre de obra, para enfim chegar ao pedreiro. Feito isso, o prazer do acabamento em fios, tintas e decoração.
Ações diversas integradas entre si e, não uniformes. Cada qual agindo em seu universo. O que une? A Ideia.
Enegrecer deveria ser assim em ação de negritude. Uns pelos outros, respeitando as diferenças e particularidades. Sendo o foco não a união de tarefas afins, mas sim o ato de ser negra, e negro, em uma ideia compartilhada. E que ideia seria esta? Reciprocidade.
O ser humano é por si vaidoso de sua posição. E isso é ser gente. Faz bem ao ego. Estimula. Contagia. Move equipes. Entretanto, achar-se espelho também reflete o egocentrismo que afasta pessoas.
O coletivo é uma massa que precisa do fermento do comprometimento. Pensar para muitos nem sempre é fácil. E se não olhar direito o que se quer fazer, pode-se acabar em areia movediça. E isso não é diferente em lugar algum. Quanto uma ação é desenvolvida e se traz o bem, o correto é apoia-la; e se entender que ela poderia ser melhor feita, que seja numa oportunidade a frente. O resultado 4 sempre será de uma operação de soma de 2 + 2.
Todo processo onde pessoas pensam o coletivo gera divergências o que oxigena o ambiente e sempre traz otimização e valor para a concretização da ideia. O que faz a diferença é como a reciprocidade será disponibilizada. Ser no lugar do outro é que faz o pedreiro exercer sua profissão sob os cálculos do engenheiro. Ser no lugar do outro é que dá vida à composição do ambiente decorado ante o projeto do arquiteto.
A comunidade negra precisa perceber-se ideia e seus interlocutores precisam ser reciprocidade.
A construção precisa da ideia de que são 500 anos de exclusão. E as pessoas precisam entender que quando um faz, ele o fez acontecer e isso merece reciprocidade, sem contexto. Apoiar é preciso se já há movimento.
#VamosConversando

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